As nações não vivem apenas de economia, exércitos ou tecnologia. Vivem de princípios. E quando esses princípios já não se fundam sobre Deus, mas sobre o homem, a nação começa a morrer.

“Beatus populus cuius Dominus Deus eius” — “Feliz o povo cujo Deus é o Senhor” (Sl 143,15).
Este é o critério de julgamento da história.

O catolicismo, ao afirmar o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo, proclama que todo poder vem de Deus (cf. Rm 13,1) e deve submeter-se à Lei divina. As virtudes cristãs — justiça, caridade, fortaleza, temperança — não são apenas ideais individuais, mas fundamentos da vida social. Quando uma nação se estrutura segundo a fé católica, estabelece-se uma ordem objetiva, natural e sobrenatural, que dignifica o homem e eleva a sociedade à paz. É o que nos ensina Leão XIII:

“A sociedade civil não pode subsistir sem religião, e entre todas as religiões, a única verdadeira é a que foi fundada por Jesus Cristo.” (Encíclica Immortale Dei, 1885)

2. O laicismo: dissolução da moral e da pátria

O laicismo moderno, sob o pretexto de neutralidade, não apenas exclui a religião do espaço público, mas instala uma nova religião: a do homem autossuficiente. O ateísmo, tanto em sua forma prática quanto ideológica, destrói os fundamentos morais objetivos da sociedade.

Sem Deus, não há Lei superior. Sem Lei, não há justiça. Sem justiça, resta apenas a força. Assim, o laicismo é a antecâmara do totalitarismo — seja pela tirania estatal, seja pela ditadura cultural do relativismo. Santo Tomás de Aquino advertia:

“Quando os homens não acreditam que existe um Juiz supremo, facilmente desprezam os juízes terrenos.” (S. Th., II-II, q. 122, a. 2, ad 1)

3. O ateísmo como fermento de decadência

Toda cultura nasce de um culto. Onde se adora a Deus, floresce a verdadeira civilização. Mas onde Deus é rejeitado, a cultura definha, a arte se deforma, a política se torna jogo de interesses, e a moral se relativiza. O historiador católico Jean Madiran observava com precisão:

“O laicismo não é a paz religiosa: é o armistício com o mal. É a suspensão da verdade. E onde a verdade é suspensa, começa a decomposição.”

A história confirma: o ateísmo de Estado na União Soviética produziu genocídios; o materialismo na França revolucionária promoveu o Terror; o secularismo no Ocidente atual destrói a família, a educação e até mesmo o conceito de ser humano.

4. A restauração começa pela fé

Nenhuma regeneração política será possível sem uma reforma espiritual. Para reconstruir a civilização, é preciso restaurar a fé. A Igreja, como mestra da verdade, não oferece soluções técnicas, mas fundamentos eternos. O que está em jogo não é apenas o futuro de uma cultura, mas a salvação das almas. Reencontrar Deus é reencontrar o caminho da ordem, da paz e da vida. A alternativa é o caos.

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (Sl 126,1)